Projetos de Investigação concluídos

Laboratório(s) da Preguiça

Duração: 01/09/2018 a 31/07/2019
Financiamento: Câmara Municipal da Ribeira Brava, Ilha de S. Nicolau, Cabo Verde.
Coordenação Geral: Leão LopesWalter Rossa
Comissão Científica: Adelino GonçalvesNuno Lopes; Valdemar Lopes.
Investigadores (Alunos finalistas do MIA do DARQ 2018-2019): Afonso Guimarães; Ana Paz; António Lopes; Daniela Fróis; Ivan Brito; José Mesquita; Laura Gaspar; Philippa Remhof.

Palavras-chave: Ação integrada, planeamento estratégico, desenho urbano, processos e sistemas construtivos.
 
Resumo

Em parceria e sob coordenação da ONG Atelier Mar e com o MEIA, Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura, ambos sediados no Mindelo — que por sua vez foram objeto de solicitação específica do Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação de Cabo Verde e do Município da Ribeira Brava — o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra [DARQ] e a Cátedra UNESCO em Diálogo Intercultural em Patrimónios de Influência Portuguesa [Patrimónios], comprometeram-se com o desenvolvimento de uma ação integrada de planeamento estratégico, desenho urbano e arquitetura para a Vila da Preguiça daquele município.

Identificado o conjunto de fragilidades que a Vila de Preguiça apresenta aos níveis do edificado, do espaço público, de coesão territorial e identitária, urge a elaboração de um plano estratégico nos quadros físico, sociocultural e económico que contribua decisivamente para o seu desenvolvimento integrado.

A Patrimónios e o DARQ respondem ao desafio com uma equipa constituída por 3 professores e 9 alunos do Seminário de Investigação em Arquitetura (1º semestre) e, em sequência, Laboratório de Projeto (2º semestre) do Mestrado Integrado em Arquitetura, em que as dissertações de mestrado que ali estão a ser desenvolvidas corresponderão ao conjunto integrado de planos e/ou projetos que darão corpo àquela ação.

A equipa produziu um Plano de Desenvolvimento Integrado e Salvaguarda [PDIS], constituído por um Anteplano de Desenvolvimento Local e seis anteprojetos focados na preservação deste património cultural, no estímulo da economia local, na reabilitação e refuncionalização do edificado e espaços da vila.

Durante os meses de outubro e novembro de 2018 a equipa procedeu à recolha e estudo de dados, bem como à identificação da problemática e respetivos contextos e exemplos de boas práticas. Foi-se também preparando uma missão conjunta de trabalho na Vila da Preguiça, que teve lugar entre os dias 8 e 12 de dezembro desse ano, complementada por uma visita à Praia, capital do país, ao Mindelo e à Ilha de Santo Antão, importantes para um contacto com realidades concretas de materiais, processos e sistemas construtivos que o Atelier Mar tem vindo a implementar em situações similares, bem como sobre casos de intervenções integradas com muitos pontos de similitude com a que a Vila da Preguiça requer.

Resultados:

1. Até ao final de 2020, todos os alunos do MIA-DARQ apresentaram a sua dissertação de mestrado, correspondente, cada uma, a um dos projetos do PDIS.
2. O trabalho desenvolvido por esta equipa tem vindo a obter resultados no terreno, onde algumas intervenções têm vindo a dar os primeiros passos.
3. Está a ser produzida uma publicação, entre Portugal e Cabo Verde, tendo como base todo este processo.

Oficinas de Muhipiti: Planeamento estratégico, Património, Desenvolvimento

Duração: 01/09/2016 a 01/09/2018
Financiamento: Universidades de Lúrio e Coimbra, com apoios do Camões I.P. e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Coordenação Geral: Isequiel Alcolete(FAPF-UL) e Walter Rossa (DARQ, CES, III e Cátedra UNESCO Patrimónios, UC).
Coordenação Executiva: Cristóvão Tomás (FAPF-UL), Nuno Lopes (DARQ, CES, III e Cátedra UNESCO Patrimónios, UC) e Nuno Simão Gonçalves (CES e III, UC).
Investigadores: Aldevina Brito, António de Amurane, Bernardo Xavier, Fernando Pires, Francisco Noa, Helena Rebelo, Isequiel Alcolete, Jaime Aguacheiro, Jens Hougaard, João Vaz, Júlio Carrilho, Luís Lage, Lisandra Franco de Mendonça, Luísa Trindade, Margarida Relvão Calmeiro, Milton Novela, Momade Ali, Nuno Lopes, Nuno Simão Gonçalves, Renata de Araujo, Solange Macamo, Valdemiro Aboo, Victor Mestre, Walter Rossa.

Palavras-chave: Desenvolvimento integrado, Planeamento Estratégico, Património.

Resumo
Oficinas de Muhipiti: Planeamento Estratégico, Património, Desenvolvimento [Oficinas], foi um projeto de investigação aplicada iniciado em 2016, tendo como ponto alto o evento realizado entre 19 e 29 de julho de 2017, Ilha de Moçambique, uma produção conjunta das universidades de Lúrio e de Coimbra no âmbito de um quadro de cooperação mais vasto que, de uma forma geral, contempla as vertentes docente, académica e científica.

Sucintamente, o Oficinas teve como pedra de toque estudar o impacto que a instalação da Universidade Lúrio na Ilha, com a criação da nova Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, e ensaiar formas de o potenciar em prol do desenvolvimento integrado desse território.

Para uma visão mais detalhada dos objetivos, da forma como foi programado e como decorreu, remete-se para a brochura Dossier para os Participantes que foi distribuída no início do evento.

Resultados:

  1. Os resultados alcançados por cada uma das seis oficinas ficaram sinteticamente expressos no painel que cada uma compôs para a exposição provisória dos resultados que foi inaugurada no final. Essa exposição contou com as duas maquetas (Ilha à escala 1/1.000 e Fortaleza de São Sebastião à escala 1/200) produzida durante o evento.
  2. Esta exposição precedeu a itinerante aberta em Coimbra e em Lisboa, na sede da UCCLA.
  3. Em cada momento da abertura dessa exposição foi apresentado o livro (homónimo)  http://www.patrimonios.pt/oficinas-muhipiti-livro-uccla-album/Oficinas de Muhipiti: planeamento estratégico, património, desenvolvimento, editado pela Imprensa da Universidade de Coimbra, que fixa não apenas os resultados, mas todo o processo e contributos externos.
  4. Em todas as situações pontua ainda o documentário produzido por um conjunto de alunos que participaram no evento.
  5. A exposição e o livro eram dois dos três objetivos diretos do Oficinas, faltando concretizar a produção de um conjunto de materiais que constituirão, com as maquetas referidas, a primeira versão e/ou o primeiro módulo do Centro de Interpretação de Muhipiti.
  6. A criação na Ilha de um curso de Mestrado em Património e Desenvolvimento, tendo como base as faculdades de Arquitetura e Planeamento Físico e de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lúrio, com a colaboração das universidades Eduardo Mondlane e de Coimbra;
  7. Equipa da Cátedra Patrimónios, em colaboração com o CEDIM e com os Museus da Ilha de Moçambique [MUSIM], elaborou o Inventário do Museu de Arte Sacra da Ilha de Moçambique [MAS], potencializando a dinâmica já estabelecida entre aqueles e alguns dos participantes no Oficinas sob os auspícios e apoio material da Fundação Calouste Gulbenkian. O documento concretiza uma necessidade há muito sentida pela direção e equipa técnica do MAS, um dos três núcleos museológicos do MUSIM: a de dispor de um inventário digital que, para além de ferramenta essencial no trabalho quotidiano de qualquer curador, possa simultaneamente dar a conhecer ao público, de forma simples e eficaz, a totalidade da coleção. http://www.patrimonios.pt/museus-da-ilha-de-mocambique-museu-de-arte-sacra/
  8. Por último, e como antes se referiu, abriram-se perspetivas para novos objetivos, sem que, contudo e para já, se possam assumir compromissos que vão além do estudo da sua viabilidade, o que depende de decisões e opções centrais dos parceiros locais, em especial da Universidade Lúrio:
    1.  A criação de um sítio em linha com documentação sobre a Ilha, tendo como base a vasta informação documental, bibliográfica, cartográfica, iconográfica e fotográfica integralmente recolhida em suportes digitais ao longo da preparação do evento e, para já, guardada numa cloud. Seria a concretização de um dos objetivos centrais da criação do CEDIM;
    2. O desenvolvimento do CEDIM não apenas como centro de investigação, mas também de prestação e serviços à universidade e à comunidade;

O Oficinas teve um impacto muito considerável na comunicação social moçambicana, com especial destaque nos canais de televisão, nas redes sociais e em sítios em linha.
O mesmo tem acontecido mais recentemente em Portugal com o lançamento do livro e exposição.

UNESCO’s Global Report on Culture and Sustainable Urban Development: regional survey for Portuguese speaking countries

Duração: 01/08/2015 a 31/07/2016
Financiamento: UNESCO
Coordenação: Walter Rossa
Investigadores: Adelino Gonçalves; Andréa Sampaio; Fernando Pires; Hélia Santos; Isabel Boavida; Juliana Barreto; Lisandra Franco de Mendonça; Marcela Santana; Maria José Freitas; Maria Lúcia Borges; Margarida Relvão; Nuno Simão Gonçalves; Sílvia Leiria Viegas; Tiago Castela.
Consultores: José Pessôa; Júlio Carrilho;Leão Lopes; Leonardo Castriota; Sílvio Zancheti.

Palavras-chave: Cidades; Património; Cultura; Sustentabilidade, Planeamento.

Resumo
Hoje em dia, mais de metade da população mundial vive em áreas urbanas. É possível prever que, nos próximos 30 anos, 70% da população estará a residir em cidades. Nas últimas décadas as cidades tem desempenhado um papel importante na promoção de políticas de desenvolvimento sustentável, usando a cultura como um recurso fundamental para a sua promoção, para preservar as identidades das comunidades e das individualidades, atrair visitantes e atividades, e favorecer o desenvolvimento de uma economia criativa e de qualidade de vida.
Neste contexto, e considerando que, para cultura, o principal ponto de entrada na Agenda de Ação 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é o das cidades sustentáveis, a UNESCO, no quadro das suas Convenções Culturais, tomou a iniciativa de elaborar um Relatório Global para a Cultura e o Desenvolvimento Urbano Sustentável.
Além das regiões convencionais da ONU, determinadas por critérios geográficos, foi considerada uma “região cultural”, precisamente a dos países de língua portuguesa. Para a elaboração do relatório relativo a esta área foi adotada uma metodologia que consiste na produção de oito relatórios regionais dos quais será feita uma síntese para composição do Relatório Global. A investigação implícita na elaboração destes relatórios irá também contribuir para a investigação de doutoramento de alguns dos investigadores juniores envolvidos. O relatório em si será disponibilizado online e os seus resultados serão utilizados pela UNESCO, como parte do Relatório Global, a ser apresentado na Habitat III em 2016.

De S. Paulo de Luanda a Luuanda, de Lourenço Marques a Maputo: capitais coloniais em tempos pós-coloniais

Duração: 01/05/2012 a 30/09/2015
Financiamento: FCT
Coordenação: Margarida Calafate Ribeiro
Investigadores: Francisco Noa; Júlia Garraio; Nuno Simão Gonçalves; Phillip Rothwell; Roberto Vecchi; Walter Rossa.
Consultores: Fátima Mendonça; Júlio Carrilho; Luandino Vieira.

Palavras-chave: Narrativas; Colonialismo/ Pós-Colonialismo; Capitais; Desenho.

Resumo:
Todas as cidades têm a sua história. Também assim Luanda e Maputo. Luanda, na costa atlântica, de influência arquitetónica e urbanística luso-brasileira. Maputo, à beira Índico, goza de outras influências que misturam África, Portugal e Índia com a matriz britânica, via África do Sul. No mundo destas cidades entrelaçam-se temporalidades, espacialidades e valores políticos. O arcaico convive com o moderno, o progresso com o atraso e todas as épocas expressam e reclamam atenção histórica: a era pré-colonial, a ocupação costeira, o colonialismo moderno, a independência, o pós-colonialismo.
Partindo do conceito de “cidade como texto” ou palimpsesto textual este projeto teve como principal objetivo a configuração e a análise das diferentes temporalidades na história das cidades de Luanda e Maputo e o seu reflexo e valor político no espaço urbano. Olharam-se estas cidades /capitais como espaços coloniais; espaços de resistência; e espaços fundadores das novas nações. Conjugando a literatura, a arquitetura e o urbanismo, o projeto traçou uma perspetiva inovadora no estudo da reciprocidade entre as diferentes temporalidades e as narrativas literárias, arquitetónicas e urbanísticas das cidades.

Resultados:
Colóquio internacional “Luanda e Maputo: O espaço urbano na literatura” (CES, Universidade de Coimbra 25 de setembro de 2015).
Dossier Cidades no “Journal of Lusophone Studies, com textos de Walter Rossa, Margarida Calafate Ribeiro, Júlia Garraio, Francisco Noa e Mónica V. Silva.
Ao longo de 2016 e início de 2017 serão publicados os livros “Mafalala: memórias e espaços de um lugar” e “Luanda e Maputo: espaço urbano e literatura” e será apresentado um site onde serão georreferenciados os textos e a cartografia recolhidos na investigação.

José Luandino Vieira – Diários do Tarrafal

Duração: 01/07/2013 – 30/06/2015
Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian
Coordenação: Margarida Calafate Ribeiro
Investigadores: Mónica V. Silva; Roberto Vecchi.

Palavras-chave: Literatura Angolana; Escrita de Cárcere; Luta Anti-Colonial; Prisões Políticas; Lutas de Libertação em Angola.

Resumo:
Este projeto de investigação trouxe a público um importante testemunho da luta de libertação angolana, ao publicar o acervo da prisão de um dos grandes escritores de língua portuguesa, José Luandino Vieira. Constituído por diversas materialidades, o acervo composto por 17 cadernos foi organizado pela equipa de investigação, segundo critérios cronológicos e espaciais e de maneira filologicamente estruturada. A edição contém um estudo analítico dos organizadores, uma entrevista como o autor e uma cronologia.

Resultados:
Papéis da Prisão – apontamentos, diário e correspondência (1962-1971), de José Luandino Vieira, Caminho/Leya, 2016. Organização de Margarida Calafate Ribeiro, Mónica V. Silva e Roberto Vecchi.
Lançamentos: novembro em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, e em Coimbra, na livraria Almedina Coimbra; março em Luanda, União de Escritores Angolanos em Luanda; agosto o livro será apresentado no Centro Cultural de Portugal em Maputo.

Internacionalização do Programa de Doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa (III/CES/UC)

Duração: maio 2013 – maio 2015
Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian
Coordenação: Walter Rossa; Margarida Calafate Ribeiro
Coordenador executivo: João Paulo Dias

Palavras-chave: Patrimónios de Influência Portuguesa; Internacionalização; Cotutela; Mobilidade Docente e Discente.

Resumo:
O projeto teve como objetivo a internacionalização do Programa de Doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa do Instituto de Investigação Interdisciplinar e do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
A internacionalização articulou-se em torno do eixo Europa-Brasil, com a Universidade Federal Fluminense, tendo como parceiros europeus as universidades do Algarve, Bolonha e Paris Ouest Nanterre La Défense e em África a Universidade Eduardo Mondlane, colocando-se no horizonte de expectativa mais articulações com o continente africano e uma colaboração a Oriente, com especial enfoque na Índia, Macau e Timor-Leste.
O projeto criou um consórcio entre as universidades referidas, convertendo-se num programa doutoral cotitulado. Oferecendo excelência e inovação o programa de doutoramento, baseia-se hoje na mobilidade internacional, docente e discente, criando equipas de pequena e grande dimensão e massa crítica capaz de fundar um think tank na área de Patrimónios de Influência Portuguesa.

Resultados:
Assinados protocolos de cotutela com as universidades Federal Fluminense, Algarve, Bolonha e Paris Ouest Nanterre La Défense e Eduardo Mondlane.
Criação de um Conselho Consultivo e de Avaliação Externa do curso e das atividades a ele ligadas.
Concessão de bolsas de curta duração para os estudantes realizarem trabalho de campo e estágios nas instituições do consórcio.
Colóquio internacional Patrimónios de Influência Portuguesa: conceitos e instrumentos (13-14 de julho 2014, Universidade de Coimbra).
Publicação do livro organizado por Walter Rossa, Margarida Calafate Ribeiro, “Patrimónios de Influência Portuguesa: modos de olhar” Imprensa Universidade de Coimbra, 2015.
A 3ª edição do Doutoramento (2015-2019) começou no formato internacional, envolvendo as universidades do consórcio.